"O inquérito policial tem natureza administrativa. São seus caracteres: ser escrito (art. 9o do CPP), sigiloso (art. 20 do CPP) e inquisitivo, já que nele não há o contraditório. É verdade que o inciso LV do art. 5o da CF dispõe que "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados e, geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ele inerentes". Nem por isso se pode dizer seja o inquérito contraditório. Primeiro, porque no inquérito não há acusado; segundo, porque não é processo. A expressão processo administrativo tem outro sentido, mesmo porque no inquérito não há litigante, e a Magna Carta fala dos "litigantes em processo judicial ou administrativo..." (Cf. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal, 2001, São Paulo: Editora Saraiva, p. 49)" Copiado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Inqu%C3%A9rito_policial
Se é assim, qual a razão disso:
"O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou nesta sexta-feira o advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) a ter acesso à íntegra do inquérito da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, que investigou crimes financeiros supostamente praticados pelo banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity." Copiado de http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u426369.shtml
Dá para entender?
sexta-feira, 25 de julho de 2008
domingo, 1 de junho de 2008
Outono
Conhecido por “outono”,
Ostenta um matiz sangüíneo;
Por sobre a colina, uma artéria,
Veias beirando o caminho.
Nas aléias, grandes glóbulos
E –oh!- o aguaceiro colorido
(Se os ventos entornam a cisterna
E a chuva escarlate é vertida)
Respinga os chapéus e forma
Poças rubras, lá embaixo;
Vai-se, então, qual rosa em torvelinho
Sobre rodas encarnadas.
Emily Dickinson - Tradução Ivo Bender
Ostenta um matiz sangüíneo;
Por sobre a colina, uma artéria,
Veias beirando o caminho.
Nas aléias, grandes glóbulos
E –oh!- o aguaceiro colorido
(Se os ventos entornam a cisterna
E a chuva escarlate é vertida)
Respinga os chapéus e forma
Poças rubras, lá embaixo;
Vai-se, então, qual rosa em torvelinho
Sobre rodas encarnadas.
Emily Dickinson - Tradução Ivo Bender
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Os Velhos da Minha Rua
Fátima Rosado - Natural de Coimbra, açoriana de coração, é professora aposentada do Ensino Superior Politécnico. Licenciada em Filosofia e Mestre em Pedagogia da Saúde foi directora da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra.
Publicado: 2008-05-11 23:26:22 | Actualizado: 2008-05-11 23:26:22
Só por si, o facto de ir uns dias para os Açores, deixa-me feliz, muito feliz: já sinto o cheiro dos pastos cortados, já ouço o barulho do mar, perto da minha casa, já saboreio as Sopas do Espírito Santo e as comidas boas da Ilha. Já vejo os verdes das montanhas, as copas pontiagudas das criptomérias, as cores das azáleas e aquelas paisagens de beleza indescritíveis onde o azul das lagoas, reflecte as nuances do céu. Já sinto aquela sensação de prazer e de privilégio por estar ali, por receber os abraços carinhosos dos meus amigos, a alegria da minha vizinha Inês e os banhos da água quente, na Piscina das Furnas, os bolos lêvedos, a massa sovada e tudo, tudo. Por isso, gostava de escrever uma crónica alegre, ligeira, bem disposta. Mas, hoje, ao sair de casa, encontrei uma data de pessoas idosas, arrastando-se a caminho de não sei o quê. Portanto, hoje, não consigo tirar da minha cabeça, os velhos da minha rua.
Os velhos da minha rua, no dia que recebem a magra pensão, vão à farmácia comprar remédios imprescindíveis e à loja da esquina, buscar pequenos sacos, de poucas compras, porque a força é fraca, o dinheiro é pouco, a coluna é velha e caminham arrastando os pés, carregando nas mãos trémulas, pequenos sacos, que pesam muito.
Os velhos da minha rua, com medo de atravessar nas passadeiras, caminham trémulos, arrastando o corpo decrépito, com passinhos lentos, amparados em bengalas de cana e carregam nas mãos trémulas, enrugadas pelo tempo, pequenos sacos de poucas compras, equilibrando a frágil coluna, de muitos anos gastos.
Os velhos da minha rua, rostos de pergaminho amarrotado, cabelos brancos, ralos, não usam perfumes, calçam sapatos cambados, vestem casacos surrados e de boca aberta, respiram arfando, sugando o ar possível, para os pulmões já gastos e lançam-me olhares baços de cataratas antigas, através de óculos de lentes grossas.
Os velhos da minha rua, sentam-se em jardins de solidão e contam histórias heróicas, mirabolantes, que ninguém escuta, de passados distantes, de amores fugazes ou eternos e sem pressa, esperam os filhos, os netos, carinhos, a parca pensão, a visita de alguém. Esperam sempre: esperam por ti, esperam por mim, esperam o fim.
Copiado do site RTP Açores (http://ww1.rtp.pt/acores/index.php?headline=12&visual=9&layout=17&tm=20)
Publicado: 2008-05-11 23:26:22 | Actualizado: 2008-05-11 23:26:22
Só por si, o facto de ir uns dias para os Açores, deixa-me feliz, muito feliz: já sinto o cheiro dos pastos cortados, já ouço o barulho do mar, perto da minha casa, já saboreio as Sopas do Espírito Santo e as comidas boas da Ilha. Já vejo os verdes das montanhas, as copas pontiagudas das criptomérias, as cores das azáleas e aquelas paisagens de beleza indescritíveis onde o azul das lagoas, reflecte as nuances do céu. Já sinto aquela sensação de prazer e de privilégio por estar ali, por receber os abraços carinhosos dos meus amigos, a alegria da minha vizinha Inês e os banhos da água quente, na Piscina das Furnas, os bolos lêvedos, a massa sovada e tudo, tudo. Por isso, gostava de escrever uma crónica alegre, ligeira, bem disposta. Mas, hoje, ao sair de casa, encontrei uma data de pessoas idosas, arrastando-se a caminho de não sei o quê. Portanto, hoje, não consigo tirar da minha cabeça, os velhos da minha rua.
Os velhos da minha rua, no dia que recebem a magra pensão, vão à farmácia comprar remédios imprescindíveis e à loja da esquina, buscar pequenos sacos, de poucas compras, porque a força é fraca, o dinheiro é pouco, a coluna é velha e caminham arrastando os pés, carregando nas mãos trémulas, pequenos sacos, que pesam muito.
Os velhos da minha rua, com medo de atravessar nas passadeiras, caminham trémulos, arrastando o corpo decrépito, com passinhos lentos, amparados em bengalas de cana e carregam nas mãos trémulas, enrugadas pelo tempo, pequenos sacos de poucas compras, equilibrando a frágil coluna, de muitos anos gastos.
Os velhos da minha rua, rostos de pergaminho amarrotado, cabelos brancos, ralos, não usam perfumes, calçam sapatos cambados, vestem casacos surrados e de boca aberta, respiram arfando, sugando o ar possível, para os pulmões já gastos e lançam-me olhares baços de cataratas antigas, através de óculos de lentes grossas.
Os velhos da minha rua, sentam-se em jardins de solidão e contam histórias heróicas, mirabolantes, que ninguém escuta, de passados distantes, de amores fugazes ou eternos e sem pressa, esperam os filhos, os netos, carinhos, a parca pensão, a visita de alguém. Esperam sempre: esperam por ti, esperam por mim, esperam o fim.
Copiado do site RTP Açores (http://ww1.rtp.pt/acores/index.php?headline=12&visual=9&layout=17&tm=20)
terça-feira, 13 de maio de 2008
sábado, 10 de maio de 2008
sexta-feira, 9 de maio de 2008
"Amor não é se envolver com a pessoa perfeita,
aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."
Mário Quintana
aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."
Mário Quintana
quinta-feira, 8 de maio de 2008
terça-feira, 6 de maio de 2008
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Tempo de recomeçar
Por esta janela pretendo ver o mundo que está ali ao lado, longe. Sempre é tempo de recomeçar.
LUA ADVERSA
"Tenho fases, como a lua Fases de andar escondida, fases de vir para a rua... Perdição da minha vida! Perdição da vida minha! Tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha. Fases que vão e vêm, no secreto calendário que um astrólogo arbitrário inventou para meu uso. E roda a melancolia seu interminável fuso! Não me encontro com ninguém (tenho fases como a lua...) No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua... E, quando chega esse dia, o outro desapareceu..."
Cecília Meireles
Cecília Meireles
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